21 julho 2021

Para Ofélia, de Fernando.




Fernando Pessoa foi um dos mais importantes poetas da língua portuguesa, no entanto, pouco se sabe sobre a sua vida amorosa. A sua relação descoberta é com Ofélia Queiroz. Esta relação apenas se tornou conhecida pelas cartas que Fernando Pessoa lhe escrevia pois esta era levada com a máxima descrição e nunca se oficializou.




Sendo Ofélia minha tia trisavó escolhi alguns bilhetes e cartas onde percebemos como Pessoa tratava Ofélia e como estes comunicavam.



 

Conheceram-se nos escritórios onde trabalhavam e aí se iniciou a sua paixão, mas por apenas uns meses. Nove anos depois retomaram, acabando por cada um seguir a sua vida. O amor que podemos observar nestas cartas e bilhetes é doce e puro.

Apesar das informações serem escassas e vagas este continua a ser o único amor conhecido nos 47 anos de vida do poeta.

Francisca Folques, 9º D


05 julho 2021

«Talvez a guerra acabe brevemente. Ela alguma vez há de ter fim.»

O meu trisavô, Joaquim Mendes Bragança, participou na 1º guerra Mundial como capitão do exército português e exerceu a função de 2º comandante de batalhão.

Embora estivesse na guerra, manteve o contacto com a família, pelo que escrevia cartas e mandava postais sempre que podia. Nestas dizia como eram os seus dias, onde esteve e o que tinha feito.

Quando não estava em Paris, referia que estava em campanha pois não podiam dizer a sua localização devido ao facto do inimigo poder apanhá-las. O facto das cartas também passarem todas pela censura, redobrava o cuidado com o que se escrevia.




São muitas onde encontramos referencias às fracas condições de vida, desde o ponto de não se dormir até ao facto de uma pequena doença ser fatal

«Quando estou nas trincheiras levo as noites de vela e quando venho para a retaguarda todo o tempo é pouco para dormir.»

«Mesmo aqui um terço dos soldados ou estão nos hospitais ou doentes aqui, são mais de 70 doentes que tenho entre 200 homens e não estão nas trincheiras se lá estivessem não se aproveitavam meia dúzia.»

«(…)e quando me sentir doente baixo logo ao hospital porque uma doença aqui mal curada era muito perigosa»



 

Apesar de tudo, dizia que se divertia com os seus companheiros para poder esquecer o lugar onde estava, entretendo-se a falar com uns e ouvindo outros a tocar instrumentos. Sempre teve esperança de que a guerra ia acabar algum dia e que poderia voltar finalmente para a sua família, pedindo também para não se preocuparem com ele.

«Olha ontem estiveram uns pouco de soldados a tocar guitarra e viola e a cantar ao desafio lá na minha messe. Fartavas-te de rir se os ouvisses. São cá da companhia e os instrumentos são feitos nas trincheiras com o material de lá.»

«Talvez a guerra acabe brevemente. Ela alguma vez há de ter fim.»

Margarida Gouveia, 9º D

30 junho 2021

O ferro de engomar da minha trisavó


O ferro de engomar pertencia à minha trisavó e foi passando de geração em geração até chegar a mim. É todo preto com um galo e uma pega de madeira.

A minha avó contou me que a minha bisavó abria o ferro e metia lá dentro brasas de carvão incandescente fazendo com que o ferro ficasse quente para se conseguir engomar a roupa.

Os meus trisavós eram de são Miguel do rio torto, Abrantes.

No dia do casamento da minha bisavó, o fato do noivo, o vestido da noiva e a roupa da família foi passada a ferro com esse mesmo ferro.





 Inês Carvalho, 9º D

16 junho 2021

Um registo de cadastro do pessoal cheio de informações


 

Este é um caderno que o meu avô começou a usar no dia 1 de junho de 1964 (Ditadura Salazarista/Guerra colonial) na sua oficina e deixou de o usar nos finais de 1971. Este caderno tem 49 páginas e dentro dele podemos encontrar categorias como: “Evolução de categorias a vencimento”, “Compensação de feriados”, “Férias remuneradas” e “Faltas ao Serviço”.

Um facto interessante que este livro aponta é que alguns trabalhadores tiveram de deixar a oficina para cumprir serviço militar na Guerra Colonial.

 Esta Guerra teve enormes consequências para Portugal como: 7% da população ativa teve de cumprir serviço militar; 40% do orçamento geral do Estado foi gasto na Guerra; Morreram 8000 portugueses e cerca de 100000 feridos ou incapacitados.

Miguel Lopes 9º A


09 junho 2021

Um candeeiro a petróleo guardado ao longo de várias gerações


O objeto que vemos nas imagens é um candeeiro a petróleo, usado ao longo da vida dos meus bisavós e infância dos meus avós para iluminar a sua casa todas as noites.

Foi utilizado na altura em que as pessoas que viviam no campo não tinham eletricidade, recorrendo a candeeiros como este.

De baixo para cima o candeeiro é composto pelo pé, pelo depósito onde se armazenava o petróleo, pelo bico que está incorporado na parte de vidro superior onde se situava a chama e que se tinha de limpar todos os dias.

No depósito do petróleo estava mergulhada a torcida, um feixe de fios que mantinha a chama acesa ao estar mergulhada no petróleo. A parte da torcida localizada no bico incendiava-se, enchendo de luz o espaço à sua volta. 



 

Os materiais utilizados eram o vidro, o metal no bico e o tecido na torcida.

O petróleo era comprado em mercearias e vinha em garrafas de litro. Este colocava-se no depósito desencaixando a parte de vidro superior juntamente com o bico.

Hoje em dia este tipo de candeeiro não é utilizado, sendo uma antiguidade e relíquia de várias gerações atrás.

Catarina Ruivo 9ºD

02 março 2021

1945- migração para a grande cidade procurando melhores condições de vida

 

Apresento-vos o meu avô.

Esta fotografia foi tirada quando o meu avô se preparava para migar para lisboa, em busca de emprego por melhores condições de vida.

Nesta época, a industrialização e os serviços aumentavam exponencialmente e concentravam-se nas grandes cidades. Isto significava uma maior oferta de emprego para os que procuravam uma oportunidade.



 

A idade mínima legal para trabalhar iniciava-se aos 12 anos (idade que o meu avô tinha quando lhe foi tirada esta foto). Nesta idade qualquer criança podia trabalhar, desde que não excedesse as 10 horas diárias das 60 horas semanais, o trabalho fosse considerado “leve” e tivesse completado o exame do 1ºgrau.

O meu avô, que reunia todas as condições descritas anteriormente, viu-se obrigado a deixar Alcoutim (vila onde nasceu) para ser aprendiz numa leitaria, na qual, mais tarde, passou a ser proprietário.

Como o meu avô, muitos outros, naquela época, tiveram de abdicar das suas infâncias, famílias e propriedades pela necessidade de sustento, para melhor qualidade de vida e aprendizagem de um ofício.


Simão Baptista 9ºF(2019-20)

24 fevereiro 2021

Uma história de uma vida de “luta”


O meu avô, Francisco Neves Santo nascido em 1935, natural de Espite (Leiria), foi clandestinamente em 1956, com 19 anos para França à procura de melhores condições de vida.

Em Paris esteve ilegal durante 10 anos, a trabalhar como pedreiro e a viver em condições precárias, o seu objetivo era de juntar dinheiro.






Em 1968 conseguiu a residência em Paris e veio a Colmeias (Leiria) buscar a sua namorada, a minha avó, Florinda de Jesus. Casaram em Paris, nesse mesmo ano.

Desse casamento nasceram 3 filhos, um deles o meu pai. Viveram grande parte da sua vida nos arredores de Paris ( Noisy –Le- Grand).








 Esta é a história dos meus avós, mas que poderia ser a história de tantos portugueses que nas décadas de 50/ 60, principalmente da zona donde os meus avós eram oriundos, emigraram clandestinamente para diversos países (França, Alemanha, Suíça…), em busca de melhores condições de vida. Trabalharam arduamente, fazendo o trabalho que era menosprezado pelos cidadãos desse país.


                       Madalena Santo 9º G (2019-2020)

21 agosto 2020

A Historia do meu Avô – percurso de vida no século XX

 

O meu avô paterno chama-se Ângelo Pereira dos Reis, nasceu em 13 de fevereiro de 1928, em Águeda, mas passou a maior parte da sua vida em Lisboa.

Aos 5 anos de idade, veio de Águeda para trabalhar numa quinta em Lisboa, na freguesia de Carnide, onde trabalhou até ir para a tropa em 10/04/1949. O racionamento de comida e a más condições sociais, em Portugal, sentidos a seguir à 2ª guerra mundial e a miséria imposta pelo regime de Salazar durante a sua governação nesses anos, obrigaram muitas pessoas, como a família do meu avô, a procurar trabalho e aceitarem a “escravatura” por um prato de comida e cama para dormir.


Casou com a minha avó em 1950.


Foi sócio do Clube de Futebol os “UNIDOS”, num bairro camarário, Bairro Padre Cruz, em Carnide, Lisboa. O clube de futebol os “UNIDOS” é anterior ao Bairro do Padre Cruz. Fundado a 1 de Junho de 1940, noutro bairro camarário da cidade, na Quinta da Calçada. Teve por fundadores Edmundo Reis, José Lima Alves e Fernando Matos Martins. Quando aquele bairro começou a ser demolido alguns moradores foram transferidos para o Bairro Padre Cruz e levaram nessa transferência o seu clube.  O nome os “UNIDOS” nasceu de uma reunião para se escolher a direção. Uns queriam Unidos da Quinta da Calçada, mas um "rapaz" que vinha de Alcântara simpatizava com o Clube de Futebol do Belenenses sugeriu Clube de Futebol Unidos. E o símbolo ficou muito parecido ao do Belenenses, só as cores são diferentes.


Foi também um membro ativo do Partido Comunista Português, criado nos fins de 1921, a edição dos primeiros órgãos comunistas em Portugal. Ainda em 1921, inicia-se a publicação de O Comunista, órgão do Partido, e de O Jovem Comunista, órgão da Juventude.

Com a criação e ação do PCP acelerou-se a tendência do movimento operário. É dado um importante impulso à consciencialização e desenvolvimento político das massas trabalhadoras. Mas as dificuldades desta luta são grandes. O nível de preparação política, teórica e prática dos militantes é ainda baixo. Falta ainda ao Partido uma formação marxista-leninista e uma direção de militantes politicamente experientes.

O meu avô distribuía de forma ilegal, na Câmara Municipal de Lisboa onde trabalhava, o jornal “O AVANTE”.




O meu avô adorava, também, pombos e fazia disso seu desporto favorito “COLUMBOFILIA”. E ganhou alguns prémios. Columbofilia é a uma modalidade desportiva relacionada com a corrida entre pombos-correioColumbófilos  (criadores de pombos-correio) potencializam capacidades físicas e de orientação para participação de campeonatos. Dec. Lei 36767 de 26 de Fevereiro de 1948 (Lei de proteção ao pombo-correio): Determina que é necessário estar inscrito na Federação Portuguesa de Columbofilia para poder ter pombos-correio ou comprar anilhas oficiais.


Na foto de família, abaixo, ainda não tinha nascido o meu pai, eram uma família típica de Lisboa em plenos anos 60, onde o meu avô era trabalhador da Câmara Municipal de Lisboa e a minha avó era florista.


Trabalho realizado por: Tomás Reis, 9.º H